Jornada

15 de Junho Elvas

Agricultura digital

Desafios e oportunidades da agricultura digital

Os avanços tecnológicos em áreas como as TIC, a utilização de sensores e a inteligência artificial, estão a desempenhar um papel muito importante em todos os sectores produtivos.

No entanto, a sua introdução na agricultura é lenta e nem sempre bem sucedida. Embora exista uma grande variedade de tecnologias disponíveis a serem implementadas nos diferentes sectores agrícolas, para a monitorização de diferentes parâmetros como o estado hídrico e nutricional das culturas, a presença de pragas e doenças, o controlo de infestantes, entre outros, não estão a ser amplamente utilizadas pelos agricultores para a gestão das suas culturas. 

Algumas das razões são:

O sector agrícola é um sector muito envelhecido, os custos de produção são elevados em relação às receitas, deixando pouca margem para investimento em tecnologias, falta de pessoal especializado, a agricultura é um sector que apresenta uma enorme variabilidade de condições associadas à atividade agrícola, as dificuldades de comunicação nas áreas agrícolas, nomeadamente falta de tecnologia não só 5G mas também 4G, falta de mão-de-obra para trabalhar no campo, aumento dos custos da mão-de-obra y a necessidade de produzir de forma eficiente e sustentável, com uma maior produção por unidade de área. 

Exemplos de soluções tecnológicas

  • Monitorização remota. Um dos desenvolvimentos que mais ajudou à integração da tecnologia no terreno foi a inclusão de imagens de satélite da constelação Copernicus, mais especificamente a missão “Sentinel 2” que foi lançada em 2015 e que está a ser a base da grande maioria dos desenvolvimentos que estão a ser feitos na agricultura. 
  • Utilização de sensores no terreno. A redução do preço dos componentes electrónicos e a utilização dos chips permitiu o desenvolvimento de novos sensores para realizar diferentes tipos de medições nas culturas. 
  • Implantação de redes de comunicação nas zonas rurais. 
  • A automatização dos processos no terreno. A robótica está a desempenhar um papel importante na agricultura, desde a introdução de drones, a utilização de robôs que permitem a triagem automática da fruta para colheita mecanizada, tractores de condução autónoma e máquinas para aplicação automática de produtos fitossanitários e fertilização com máquinas de precisão.
  • Gestão dos dados obtidos no terreno e sua análise. Técnicas como Big Data, permitem a gestão de uma grande quantidade de dados, tais como os fatores que podem influenciar a rega, fertilização e necessidades fitossanitárias, etc.  

Oradores

José Silvestre

Doutorado em Engenharia Agronómica, é investigador assistente no INIAV (desde 2003). As suas competências e áreas de investigação são a Agricultura Digital (sendo o ponto focal INIAV da Iniciativa 8 – Agricultura 4.0, da agenda Terra Futura), a Ecofisiologia e em particular as relações e respostas às tensões abióticas, a Adaptação às Alterações Climáticas, a gestão e gestão da irrigação, a medição (por métodos micrometeorológicos) e a modelação da evapotranspiração, sensores de baixo custo (em particular IoT). É coordenador adjunto do grupo de peritos em viticultura da CNOIV – Comissão Nacional do Gabinete Internacional da Vinha e do Vinho.

Cátia Pinto

Secretária Executiva da Associação SFCOLAB (Smart Farm Colab), um Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura. É doutorada em Genética Molecular pela Universidade de Reims Champagne Ardenne (França) e pela Universidade de Aveiro. Anteriormente, foi directora de um arranque da AgTech baseado em Sacramento (EUA) e concentrou-se na modelação da funcionalidade do solo para a melhoria da produtividade e restauração da saúde e fertilidade do solo.   É especialista na digitalização de comunidades microbianas associadas a plantas e solos e na caracterização de potenciais agentes biocontroladores para uma agricultura sustentável. É a autora dos primeiros resultados mundiais de investigação e desenvolvimento sobre as interacções entre a videira e os microrganismos.

Carlos Campillo

Investigador na área da agronomia de culturas lenhosas e hortícolas e coordena a secção de tecnologias para a sustentabilidade na CICYTEX.

É doutorado em engenharia agrícola pela Universidade da Extremadura. A sua investigação centra-se na aplicação de técnicas agrícolas de precisão, na utilização de sensores e na digitalização para a gestão eficiente da irrigação e fertilização de culturas hortícolas. Trabalha no desenvolvimento de aplicações e técnicas que facilitam a integração da digitalização a diferentes níveis de agricultores.

Pedro José Clemente Martín

Professor e Director do Departamento de Engenharia Informática e Sistemas Telemáticos da Universidade da Extremadura, onde lecciono principalmente nos cursos de licenciatura em Engenharia Informática. Director da Presidência da Telefónica sobre a Transformação Digital do sector agro-pecuário desde 2016 até ao presente.

Pertenço ao Grupo de Engenharia de Software QUERCUS, sendo as minhas principais áreas de interesse Desenvolvimento de Software Model Driven, Arquitecturas Orientadas para Serviços, Agro Inteligência Inteligente e Inteligência Ambiental. Nestas linhas de trabalho, publiquei numerosos artigos em revistas, workshops e conferências de prestígio.  Participei também em múltiplos projectos de I&D&I, tanto regionais como nacionais, e em contratos de colaboração com empresas.

Programa - Evento Elvas. Agricultura digital
09:30
Acolhimento institucional
09:40
Agricultura 4.0 - situação atual e desafíos para o futuro. José Silvestre. INIAV.
10:20
Intensificação sustentável da agricultura: tecnologias digitais ao serviço da agricultura.
Cátia Pinto. Coordenadora do Laboratório Colaborativo.
11:00
Coffebreak
11:30
Sensorização na agricultura. Ferramentas actuais e como podem ser utilizadas para a gestão de culturas.
Carlos Campillo Torres. CICYTEX.
12:10
Cátedra Telefónica de la UEx sobre a transformação digital do sector agrícola e pecuário. Desafios e oportunidades.
Pedro José Clemente Martín. Universidad de Extremadura.
12:50
Dinâmica sobre cenários futuros
14:00
Almoço de trabalho em rede
15:30
Dinâmica e debates participativos
17:15
Conclusões e despedida

Localização

Polo de Inovação de Elvas
Estação Experimental de Elvas

Estrada de Gil Vaz, Apartado 6
7351-901 Elvas
38°41’43.0″N 9°19’16.2″W

https://www.iniav.pt/onde-estamo